sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Curso gratuito!

Queria reiterar o convite para o 1º módulo do curso de obesidade que vou ministrar no dia 13 de novembro para profissionais já formados. O ingresso é um brinquedo novo, mesmo que de 1,99. Importante será ajudarmos no Natal aos que não podem comprar. A inscrição pode se feita entrando em contato com: cientificoessencial@yahoo.com.br ou cientifico@essencialdf.com

Síndrome de Gilbert e LDL

Minha colega Glaucia fez um comentário na postagem anterior sobre esse tema. Realmente tenho lido algumas coisas desse tema pois pacientes com Síndrome de Gilbert (SG) fazem parte de um grupo muito interessante. A sindrome de Gilbert é caracterizada por apresentar elevações nas concentrações de bilirrubina, que é pigmento da bile, ou seja, existe ligeiro aumento das concentraçõs de bile na corrente sanguinea (icterícia)). Em geral, a bilirrubina que mais aumenta é a indireta ou a não conjugada. Isto ocorre pela incapacidade de conjugação da bile que é feita com o ácido glicurônico, geneticamente reduzido em paciente com a Sindrome, ou reduzida por efeitos ambientais, como jejum prolongado, exercícios físicos extenuantes, menstruação ou após a utilização de alguns medicamentos. O ácido glicurônico é formado bioquimicamente na via das pentose-fosfato, que por sua vez é estimulado pelos carboidratos, especialmente glicose e frutose. Além disso, são fundamentais neste processo as vitaminas do complexo B. Um aspecto importante dos paciente com a SG é que eles apresentam baixos niveis de LDL, e isto ocorre segundo a literatura pela baixissima capacidade de oxidação das membranas destas particulas, o que faz com que estes pacientes tenham baixo risco cardiovascular. Há dois trabalhos do ano passado que confirmam bem isso. A oxidação da LDL se dá em 3 fases e a 3º fase é chamada de fase Lag (lê-se leg). Nesta fase, a oxidação depende da presença de antioxidantes lipossolúveis, especialmente vitamina E na particula e da ação da enzimas antioxidantes. E é aqui que aparece parte da explicação para os baixos niveis de LDL e altos niveis de HDL em pacientes com SG. Como a bilirrubina não é conjugada e ela vem da hemólise (destruição das hemácias no sangue), existe um aumento na liberação do ferro da hemoglobina presente nas hemácias, o que força o corpo a produzir maior quantidade de enzimas antioxidantes para prevenir a oxidação exercida pela ferro na reação de Fenton. Esse aumento no aporte antioxidante reduziria também a oxidação da LDL, não só por ação do ferro mas inibindo também a oxidação pelo cobre (reação de haber-weiss). LDL quando não está oxidada, é rapidamente retirada da corrente sanguine e seus níveis no sangue reduzem. O que não posso afirmar é se pelos niveis muito baixos de LDL nestes pacientes, eles apresentariam maior risco de câncer. Ainda não li nada a respeito mas como nutricionista, diria que é bom ficar atento.

Artigos citados é só clicar:
Primeiro
Segundo

terça-feira, 27 de outubro de 2009

LDL faz bem!!

Mais uma vez venho fazer esta afirmação, e não estou sozinho nela. Tenho feito buscas sistemáticas na literatura por ser um assunto que gosto muito e que envolve milhões de pessoas. Um trabalho de 2007 por exemplo mostrou que LDL muito baixo aumenta o risco de sepse, febre e canceres hematológicos. MAs este foi apenas um artigo, mas o mais convincente na literatura é uma metaanálise que observou 23 estudos de pessoas em uso de estatinas. Estatinas fazem parte da classe dos medicamentos para tratamento da hipercolesterolemia por inibir a enzima hepática HMG CoA redutase, mas seus efeitos colaterais sem sido vastamente estudados, mas infelizmente por motivos conhecidos, não são divulgados. Neste trabalho que cito, fica clara a relação entre os níveis muito baixos de LDL e câncer, por alteração de enzimas hepáticas, ou seja, pessoas que tem LDL muito baixo podem apresentar redução de fatores protetores contra câncer. Um trabalho mais novo deste ano, também mostra isso, mas em pacientes diabéticos com LDL muito baixo e com alto risco de câncer. Minha visão atual, o problema é o excesso de LDL na circulação, o tempo que estas partículas permanecem ns circulação, o quanto são modificadas na sua estrutura de membrana, e no conteúdo interno. Nuticionalmente podemos modular todos esses aspectos. Quem tem acompanhado os cursos que ministro observa bem estes detalhes. Clicando aqui vc observa outra postagem sobre LDL e câncer.

domingo, 25 de outubro de 2009

PROVAS DE CONCURSOS!!


Está pensando em estudar para concursos ou mesmo fazer provas de graduação? Esse link pode lhe ajudar pois disponibiliza uma série de provas de concursos já realizados. Importante: todas as provas vem com gabarito.

Bons estudos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Repositor hidroeletrolítico


Queria compartilhar um repositor hidroeletrolítico que tenho indicado há algum tempo com bons resultados. Chama-se SUUM (existem outras marcas semelhantes ou idênticas). A vantagem que vejo neste tipo de repositor é pela facilidade, por vir em pastilhas, que se dissolvem facilmente na água, sendo portáteis e de fácil transporte em mochilas, bolsas, etc. Além disso, a possui vitaminas do complexo B fundamentais para manter a via glicolítica e o metabolismo energético como um todo, inclusive para lipólise. Um dos pontos importantes é a presença do magnésio fundamental para contração muscular e metabolismo cardíaco e cerebral (durante e após atividade). A desvatagem para reposição é que é isento de carbooidratos, portanto se vc precisa repor o glicogênio, precisa arranjar outra fonte. MAs se pretende manter a lipolise ativa por um tempo até começar a fazer a reposição energética, dá para usá-lo. Importante também que ele apresenta baixa concentração de cloro.

Cada pastilha:

378,0 mg de sódio

50,0 mg de potássio

65,0 mg de magnésio

36,0 mg de vitamina C

4,0 mg de vitamina B5

1,0 mg de vitamina B6

1,90 mcg de vitamina B12

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como baixar o ácido úrico??


Ácido úrico elevado no corpo pode levar à gota. Existem 2 formas principais de produção de ácido úrico no corpo. Ou ele criado/transformado a partir das purinas, ou ele é criado no processo de isquemia/reperfusão. Vou abordar o processo hepático. No fígado, as purinas, precisam ser destoxificadas, ou seja, precisam ser transformadas em um composto mais sólúvel e que o corpo tenha vias metabólicas para sua eliminação. Este composto é o ácido úrico. Neste processo hepático, as purinas como todos os compostos participam de 2 fases no processo de destoxificação. Na fase 1 está a enzima xantina desidrogenase, que é ativada e vira xantina oxidase (XO), que converte purinas em ácido úrico. Portanto, estimular esta enzima aumenta ácido úrico, e reduzir ação desta enzima, reduz a produção de ácido úrico. E é isto que tenho lido ultimamente, compostos com capacidade de agir sobre a XO. Tenho visto na literatura, por exemplo, em relação a fitoterápicos, as plantas/flores Koelreuteria henryi, Erythrina stricta Roxb, Lonicera hypoglauca, Selaginella labordei (temos várias espécies brasileiras de selaginela, essa que encontrei com ação na XO parece que não temos na flora brasileira) e Pyrenacantha staudtii (no caso desta ultima, os compostos presentes com maior potencial de ação sobre XO são os glucopiranosídeos, beta-sitosterol e taraxerol). Um trabalho de revisão bem legal do J Nat Prod deste ano, mostra também ação de luteolina (vegetais de tom mais roxo e preto), quercetina (casca das frutas e hortaliças), apigenina e mirecitina (outros flavonóides com poder um pouco mais baixo para o ácido úrico mas maravilhosos para inibir câncer de ovário, por exemplo - encontramos em chás, uvas ou vinho tinto, maçãs, alfaces, couves, mirtilo, laranjas, aipo e tomate) e silibinina (consituinte derivado da silimarina, presente no cardo mariano. Achei muito interessante um trabalho que li também sobre o extrato aquoso de uma larva, muito comum na lavoura brasileira, que se chama Pieris brassicae larvae, e os autores relatam ser a primeira descoberta sobre um inseto/animal e não uma planta com capacidade de produzir vários compostos fenólicos, com estruturas muito complexas, que eles mesmos desconhecem, mas que se mostraram inibidoras da XO (trabalho publicado no J Agric Food Chem deste ano, que é de Portugal - aproveito, um abraço ao amigo Pedro Bastos - fenômeno da nutrição). Belos trabalhos para melhorar nosso arsenal contra a produção excessiva de ácido úrico. Um abraço.

sábado, 17 de outubro de 2009

Consensos e manuais

Pessoal, saiu o primeiro consenso brasileiro para o tratamento do câncer conforme eu havia antecipado aqui no dia 29/9. Para obtê-lo clique aqui.

Além disso, estou disponibilizando o último manual (2006) para tratamento da obesidade do Ministério da Saúde. Para obtê-lo, clique aqui.

Não sou grande fã de manuais pois na minha visão não existem regras para se tratar um ser humano, mas em muitos casos, eles podem sugerir um direcionamento.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

NO DIA DO PROFESSOR, UMA POSTAGEM SOBRE MEMÓRIA!



Eu poderia abordar vários assuntos no dia de hoje ou talvez não escrever nada, apenas usar o dia para descansar. Mas meu pensamento é contrário a isso, quanto mais folga tenho, mais trabalho. Acho que é essa a vida do educador. E como professor, preciso de muita memória. Tanto a memória quanto a cognição estão ligadas ao hipocampo, uma região do cérebro que pode sofrer atrofia por diminuição da neurogênese (formação de neurônios), redução de fatores neurotróficos, estresse oxidativo e disfunção e morte das mitocondrias. Para cada uma destas funções há inúmeros nutrientes, poderia eu ficar horas escrevendo, mas quero chamar atenção para uns trabalhos recentes e substâncias pouco difundidas.

Uma delas é o ácido siálico, substância presente apenas no leite materno ou leite de mamíferos (colostro) ou na forma de suplementação. O ácido siálico leva à formação dos ácidos N-acetylneuraminico e N-glicolilneuraminico, estimulantes de genes reponsáveis pelo aprendizado e memória.
Outro nutriente é o ácido lipóico, importante na restauração de enzimas mitocondriais bem como no processo de geração de energia (piruvato - acetilcoa) nas células cerebrais. Muito trabalhos tem mostrado também que o ácido lipóico é quem regenera a glutationa e as vitaminas C e E, aumentando o potencial antioxidante do cérebro, mantendo íntegras as células neuronais do hipocampo. Vale dizer que o cérebro produz altissimo nível de estresse oxidativo pois consome cerca de 20% de todo oxigênio captado pelo ser humano. Ácido lipóico também reduz a presença de arsênico no cérebro, metal tóxico e deletério da memória. Não há bons artigos no mundo sobre fontes alimentares de ácido lipoico, sabe-se parcialmente que a cenoura, brócolis, tomate e espinafre são excelentes fontes, estando presente em vegetais de uma forma geral. Também trabalho muito com suplementação.
Outro nutriente que gostaria de abordar é a rutina. Rutina é um flavonoide muito comum em casca de frutas e há uns trabalhos deste ano mostrando que ela é capaz de aumentar a sinapse via fatores neurotróficos, além de inibir em 20 dias a redução no número de neurônios piramidais do hipocampo, redução esta que é induzida pela susbtância trimetiltina. Estas ações provocam melhora da memória.
E por ultimo, um trabalho de revisão também deste ano mostrando que suco de uva, frutas vermelhas, azuis, pretas e roxas (berrys) mais as castanhas, nozes e amêndoas, são capazes de melhorar a sinalização neuronal, reduzindo a perda da memória natural da idade avançada, pelo seu alto potencial antioxidante.

Acho que era isso. Será que esqueci alguma coisa (hehehehahaha...)????

Forte abraço a todos.

Para quem quiser mais detalhes:

J Nutr;139(9):1813S-7S, 2009.
Cell Mol Neurobiol;29(4):523-31, 2009.
Toxicol Pathol 2004; 32; 527.
AJCN; 85: (2), 561-569, 2007.
Annu Rev Nutr;29:177-222, 2009.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Vantagens e desvantagens de comer batata!!

Quando me refiro a comer batata (título) estou me dirigindo à batata inglesa, ainda que existam inumeras outras variedades, tipo batata doce, baroa, vermelha, yacon, entre outras. A batata é um tubérculo reverenciado pelo alto conteúdo de amido, carboidrato importante para geração de energia. Entretanto, a depender da forma de preparo, cozida é o mais tradicional, sua digestão é muito facilitada, provocando aumento no indice glicêmico, ou seja, uma chegada muito rápida de glicose na corrente sanguinea, e por consequencia no pâncreas, levando à descargas insulinêmicas, portanto, aumentando o risco de hipertrigliceridemia e obesidade. Ou seja, interessante comer batata cozida após um período ativo, e não depois de ter ficado sentado no computador por 3 ou 4 horas. Outro aspecto importante é que a batata é fonte de lítio, oligoelemento fundamental para prevenção e tratamento da depressão. Cozida no vapor, mantém boa quantidade de vitamina C presente na sua polpa. Um aspecto menos divulgado da batata é a ação das suas proteínas. Vejo alguns colegas falarem da presença da patatina, porém o que encontro na literatura deste ano é a presença das remorinas (remorin), proteína presente na batata que ajuda a reconstituir membranas celulares humanas e tem altissima atividade antimicrobiana. Pelo contrário, há uns trabalhos de 2001 e 2002 que mostram que a patatina (também chamada de SOl T1) pode induzir a reações alérgicas mediadas por IgE, em crianças. Assim como boa parte dos vegetais, batata tem logo abaixo da sua casca mais grossa, boa quantidade de quercitina, flavonóide de altissimo poder antioxidante e antiinflamatório, relacionado por exemplo a inibição de câncer e melhora da circulação sanguinea e linfática.

Uma desvantagem importante é que, ano sim, ano não, a batata está sempre entre os 5 vegetais com maior quantidade de agrotóxicos, o que me faz indicar a preferencia para uso da batata orgânica. Quando não possível, criar o rodízio de batatas, tipo uma semana a inglesa, na outra a doce, na outra inhame, na outra mandioca, e assim por diante. Outro problema grave é que as batatas quando fritas ou assadas em altas temperaturas(tipo chips por exemplo), formam dentre si a acrilamida, potente indutor de inflamação e câncer. Há um trabalho muito legal deste ano publicado no American Journal of Clinical nutrition mostrando que o consumo crônico desta forma de preparo de batata aumenta o envelhecimento com aumento de espécies reativas de oxigênio (radicais livres), aumenta proteína C reativa (indicativo de inflamação) e aumenta chance de formação de placa aterosclerótica.

Enfim, saiba como e quando comer batata. Cozida no vapor é a melhor indicação, ou cozida com rabada e agrião, por exemplo. Batatas recheadas e protegidas da oxidação com um pouco de azeite e alecrim, também vale a pena.

dica: mancha verde na batata pode indicar presença de solanina. Diferentemente do que as vezes vejo e escuto, solanina é um glicoalcalóide que por clivagem hidrolítica libera um alcalóide, a alcamina. A alcamina é rapidamente absorvida pelo trato digestivo considerado responsável pelas manifestações sistêmicas. A parte da solanina não hidrolizada, produz intensa irritação da mucosa gastrointestinal, com o aparecimento das manifestações gastrintestinais em pessoas mais sensíveis, tipo diarréia e vômito. Neste caso, evite comprar a batata assim ou consumi-la crua.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Novos medicamentos antihipertensivos e nutrição

O FDA (agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA) aprovou uma combinação inédita de dois medicamentos para o controle da pressão arterial. Agora, em uma única pílula, estão reunidos os anti-hipertensivos alisquireno (um inibidor direto da enzima renina, conhecido como Rasilez) e o valsartan (um bloqueador do receptor da angiotensina II, conhecido como Diovan). No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda precisa aprovar a nova pílula. A nova droga combinada será indicada para hipertensos que não conseguem manter a doença sob controle com uma única droga ou como terapia inicial em pacientes com níveis mais elevados de pressão arterial. Nutricionalmente isto é importante pois a nutrigenômica/nutrigenética tem buscado compostos que possam agir da mesma forma, ou seja, sendo inibidores de renina, inibidores da ECA, e dos receptores de angio II. Do que tenho visto, a literatura tem apontado no sentido de 3 compostos até o presente momento: vitamina D, cálcio/magnésio e compostos bioativos da proteína do soro do leite (whey protein).

Obesidade e asma

Mulheres com muita gordura abdominal têm mais risco de ter asma, mesmo que não estejam acima do peso. É o que mostra um novo estudo publicado na revista "Thorax". A pesquisa foi realizada com 88.304 voluntárias nos EUA. Entre aquelas com IMC (índice de massa corporal) normal (até 24,9 kg/m2), as que tinham a medida da cintura maior do que 88 cm tiveram três vezes mais chance de ter a doença. A pesquisa também confirmou que a asma é mais frequente em pessoas com sobrepeso e obesas. Quanto maior o peso, maior o risco de asma. A prevalência de asma em mulheres com obesidade leve foi de 10,9%, nas com obesidade moderada, de 13,4%, e nas com obesidade grave, de 18,3%. Segundo os autores, uma das explicações é que a gordura visceral é metabolicamente diferente de outros tipos de gordura e pode produzir compostos que causam inflamação. E a inflamação e suas citocinas, produzidas no tecidos adiposo, parecem induzir à asma. Outra hipótese discutida pelos autores é que a obesidade pode levar a uma redução da função do pulmão pelo fato de o órgão ficar envolto por uma carcaça de gordura, o que faz com que ele não se expanda completamente. Com isso, a pessoa passa a ter uma respiração mais rápida e curta, o que gera mudanças na musculatura dos brônquios e sobrecarrega o pulmão, predispondo à asma.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Activia presta ou não?

Com o advento da internet, infelizmente frases, afirmativas, questionamentos sem nenhum embasamento cientifico ou "ouvi dizer" pipocam pelos e-mails mundo afora. Um deles diz que Activia é feita com fezes e que a bactéria do activia (bifidobactéria animalis - BA) só faz o intestino funcionar porque irrita o intestino.

Caros amigos:

1 - Uma das formas de fazer o intestino funcionar é causar pequenos estímulos derivados das subtâncias antraquinonicas, presentes em alimentos que fazem parte de qualquer dieta, causando pequena irritação e estímulo vagal.

2 - Activia é feito de leite, portanto possui lactoglobulina que não é digerida pelo organismo humano, independente do tipo de bactéria que lá existe.

3 - Propriedades da BA:

3.1 - Produz alta quantidade de substâncias antagonistas, tipo hemolisinas e bacteriocinas, que combatem bactérias patogenicas.
3.2 - Produzem alta quantidade de exopolissacaridios (EPS). EPS são metabólitos secundários, produzidos principalmente durante a fase estacionária de crescimento do microorganismo, cuja composição química é das mais variadas e complexas, apresentando estruturas e propriedades peculiares. Estes biopolímeros apresentam
propriedades inibitórias contra alguns tipos de vírus e contra tumores.
3.3 - Também há trabalhos mostrando redução de respostas alérgicas e sintomas em doenças autimunes com uso de BA.
3.4 - Também há trabalhos mostrando que na deficiencia de interlecina 10, BA causa duodenite e colite. Ou seja, é preciso preparar o intestino para receber a BA, e quem faz isso são os lactobacilos (ou seja, é preciso associar bifidobacteria com lacto bacilos), a reconstituição da mucosa com nutrientes e CBA´s precisa ser feita associadamente, por isso é preciso consultar com nutricionista e um bom profissional.

Vou cansar de dizer. Para quem prescrevemos, que quantidade, de que forma, em que momento, qual associação fazemos,e por ai vai. O que é doce prazer para uns, é veneno amargo para outros. Activia pode prestar para uns e para outros não.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Proteção contra câncer



Alguns nutrientes podem ativar o fator indutor/induzível de hipóxia (HIF-1) através da via do TOR-S6K , o que leva ao estresse do reticulo endoplasmático, o que favorece a redução do tempo de vida e indução de cancer. Outros reguladores, tais como PHA-4, SKN-1, AAK-2, a DAF-16 e HSF-1 podem funcionar em paralelo com HIF-1 para modular a longevidade baseada na restrição calórica dietética. Redução na HIF-1 prolonga a vida e redução a chance de desenvolvimento de câncer. A leucina por exemplo é um estimulante de mTOR, portanto, estimula aumento de HIF-1 e pode alterar o desenvolvimento celular a longo prazo. Conhecer os nutrientes redutores de HIF-1 parece ser fundamental para controlar o desenvolvimento de câncer. Esta relação parece parcialmente demonstrado pelo trabalho publicado em 22 de maio de 2009 na edição da revista on-line PLoS Genetics que mostra que dietas pobre em calorias, pessoas que comem pouco, tem menor chancer de estimular as vias tumorigênicas.

Riscos do chá verde

Tradução do resumo deste artigo. Ainda não o li integralmente, mas para mostrar alimento/suplemento pode ser benéfico ou maléfico, tudo depende do quanto, quando, como e para quem prescrevemos.

O consumo de extrato de chá verde resulta em osteopenia em ratos em crescimento

O consumo de chá verde pode reduzir o ganho de peso corporal. Muitas desordens estão relacionadas com a obesidade e a massa óssea está positivamente correlacionada com a massa corporal. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar os efeitos do extrato de chá verde (ECV) sobre a massa e arquitetura óssea em ratos do sexo masculino com rápido crescimento muscular [C57BL/6 tipo selvagem (WT)] e geneticamente obesos, deficientes de leptina (ob/ob). Os ratos com cinco semanas de idade foram divididos para receber dietas contendo ECV em 0, 1 ou 2% para 6 semanas. O volume e a arquitetura óssea femoral e vertebral lombar foram avaliados por meio de tomografia micro-computadorizada (µCT). Seguindo a análise µCT, a femora foi incinerada para determinar o conteúdo e a densidade óssea. Comparado com ratos WT, ratos ob/ob apresentaram menor femora (P < 0.001), menor volume femoral (P < 0.001), e menor conteúdo mineral ósseo femoral (P < 0.001), e maior volume ósseo na vértebra lombar (P < 001). Nem o genótipo nem o tratamento afetaram a densidade mineral óssea femoral, indicando mineralização normal. O consumo de ECV resultou em um menor comprimento, volume, conteúdo mineral, volume e espessura cortical do fêmur (P < 0.001), assim como menor volume ósseo/ volume tecidual (P < 0.008) e espessura trabecular (P < 0.004) na vértebra lombar. Os resultados indicam que a leptina não é essencial para reduzir o ganho no peso corporal e na massa óssea devido ao ECV em ratos em crescimento e sugeriu que o consumo de chá verde em grandes quantidades pode reduzir a taxa de acúmulo ósseo durante o crescimento.



Referência Bibliográfica:


IWANIEC, U.T.; TURNER, R.T.; KOO, S.I. et al. Consumption of Green Tea Extract Results in Osteopenia in Growing Male Mice. J Nutr; 139(10): 1914-19, 2009.

Diretriz sobre Doença Celíaca

Pessoal,foi aprovada a Portaria 307/2009 do Ministério da Saúde que incluiu no SUS o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca e consequentemente inclui na Tebela de Procedimentos, Medicamentos e Órteses, Prótese e Materiais Especiais do SUS a dosagem de Anticorpo Anti-Transglutaminase Recombinante Humana IgA. Na portaria também há aspectos nutricionais.

Para ver e salvar a portaria, clique aqui.

Suplemento de Colostro bovino


O Leite é uma rica fonte de proteínas/peptídios e que têm um papel importante como fonte de nutrientes. O suplemento de soro de leite tem sido largamente estudado pelo conteúdo importante de substâncias relacionadas `a obesidade e estética, por exemplo. Mas, mais recentemente o que tem ganhado força é a possibilidade de suplementação em humanos com colostrol bovino. Muitas poteínas e peptidios bioativos são encontrados no colostro e tenho lido trabalhos que mostram sua utilização no tratamento de câncer, asma, diarréia, hipertensão arterial, trombose, doenças bucais, bem como na má absorção de minerais e imunodeficiência. Os seguintes componentes do leite são de particular interesse nos últimos anos: 1)Lactoferrina (LF) tem ação antibacteriana, antifúngica, antiviral, antiparasitária, antioxidante e atividades antitumorais e imunomoduladora. LF também é um potente inibidor de vários vírus como rotavírus, enterovírus e adenovírus. Lf é resistente à digestão e lactentes amamentados tem demonstrado excretar níveis elevados de Lf fecal. 2) A caseína que além do alto valor biologico, tem se mostrado protetora de bacteremia em alguns trabalhos. Há trabalhos com hidrolisados de caseína com função protetora em animais diabéticos, reduzindo o crescimento do tumor e diminuindo cólicas em lactentes. 3)Presença do Polipeptídeo Rico em Prolina (PRP) que tem se revelado com funções immunotropicas, estimulando linfocitos T e inibição de doenças auto-imunes como a esclerose múltipla. 4) A alfa-lactoalbumina (LA) que demonstra ser antiviral, antitumoral, estimulante de serotonina e anti-stress (reguladora do cortisol). 5) A Lactoperoxidase que mostra propriedades antibacterianas. 6) A lisozima é eficaz no tratamento de periodontites e prevenção da cárie dentária. 7) Alta concentração de IGF-1 e IGF-2, estimulantes da lipólise, síntese de massa magra e reguladores da insulina. 8) Alta concentração de imunoglobulinas, especialmente IgG, e também IgA e IgM, potentes anticorpos. 9) POssibilidade de haver maior concentração de ácido linolieco conjugado (CLA) no colostro do que no leite maduro (ainda tenho lido informações conflitantes). 10) Presença de interleucinas, interferon e linfocinas, todas moduladoras da inflamação e do sistema imune. A grande questão é se realmente os suplementos liofilizados de colostro bovino são orgânicos como prometem os fabricantes, em vacas sadias (ex: este período agora é tipico de desenvolvimento da síndrome respiratória bovina - qual o risco na mudança da composição do colostro??), sem antibioticos ou hormonios e em pastagens livres de defensivos agrícolas. Outra questão que ainda me causa dúvidas é a possibilidade de alergias tardias (5, 10 anos depois do consumo), com caracteristica auto-imune, em virtude da alta concentração de proteínas, peptídios e imunoglobulinas específicas para o metabolismo do ruminante (bezerro), e possivelmente não reconhecidas pelo organismo humano. É continuar lendo muito.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Inflamação aumenta apetite e obesidade

Isto não é lá uma novidade mas o que gostaria de mostrar é que os estudos com o sistema endocanabinóide estão aumentando cada vez mais. Li agora há pouco que a anandamida (N-arachidonoylethanolamine, AEA) é capaz de estimular a diferenciação de adipócitos, ou seja, torna estas células maduras e capazes de produzir citocinas inflamatórias, provocando hipertrofia do adipócito (cabe mais gordura dentro) e resistência à insulina (leva à diabetes e gordura localizada, por exemplo). Mais, a anadamida estimula os receptores endocanabinoides do tipo CB1, que são fortes estimuladores de apetite e redutores da massa muscular (ou seja, quem perde peso não consegue manter o peso perdido). Convido o amigo leitor a observar que AEA (observe o nome mais acima) é feito de ácido araquidônico, que é um derivado do ácido linoleico, da série w6, fortemente presente nos óleo de soja, milho e girasssol. A inibição do AEA é feia pelo OEA, oleiletanolamina, um derivado do ácido oleico, rico no abacate, azeite de oliva, açaí, canola, castanhas, ovo, entre outros.

Liberação de creatina para atletas

A reunião que definirá a liberação de creatina para atletas e a exclusividade de uso de cafeína só para atletas acontecerá dias 08 e 09/10/2009, na ANVISA, aqui em Brasília. Esta discussão faz parte da consolidação das sugestões recebidas sobre a Consulta Pública n. 60/2008, que dispõe sobre o uso de alimentos para praticantes de atividade física, que deixará de ter este nome, provavelmente passando para alimentos para atletas. Quem desejar ler a proposta na integra, clique aqui.

Como absorver melhor o chá verde?

Tomar chá verde ou seus derivados (camelia sinensis) não é garantia de que seus compostos serão bem absorvidos porque cada pessoa pode apresentar alteração da permeabilidade intestinal, por isso a necessidade de avaliação funcional do metabolismo de cada um. Dois fatores que podem ajudar no aumento da absorção dos compostos presentes na planta camelia sinensis, em especial, a epigalocatequina galato, são a sacarose e a vitamina C, segundo estudo publicado por Catrina M. Peters e seus colaboradores, da Universidade de Purdue, nos EUA. Segundo os autores, a adição destes compostos ao chá melhora a biodisponibilidade das catequinas do chá verde, o que pode ser garantindo acrescentando gotas de limão ao final da preparação do chá ou mesmo fazendo "suchás", por exemplo, chá verde com suco de maracujá e raspas de gengibre ou chá verde com suco de limão e hortelã. Particularmente, não recomendaria a adição de açúcar refinado (sacarose) pelo alto indice glicemico e pelos xenobioticos presentes no mesmo devido aos processos de clareamento e refinamento. Importante lembrar que em média, cada xícara de chá de chá verde tem de 50 a 70mg de polifenóis/catequinas e chocolate amargo tem de 50 a 130mg em cada 100g (outros alimentos também tem catequinas), e boa parte dos trabalhos cientificos publicados mostram resultados com 500 a 800mg diários destes compostos.

Receita com açúcar:

3 colheres de chá de folhas de chá verde ou 3 saquetas
2 limões (tahiti, galego ou 1 médio siciliano)
1 haste de hortelã
1 litro de água
2 colheres de sopa de açúcar
gelo

Faça o chá com 200ml de água a ferver e deixe arrefecer.
Esprema os limões, junte ao chá e adicione o restante à água fria e o gelo

Refrescante e lipolítico.