segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ÓLEO DE ALHO REDUZ PRESSÃO!!

Neste fim de semana ministrei aula de pós graduação em nutrição clínica funcional, para uma turma excelente, muito participativa daqui de Brasília, e uma dúvida que surgiu foi se o óleo de alho tem ou não propriedades com capacidade de redução da pressão. Na aula deixei bem demonstrado que todos os processos de hipertensão, aterosclerose e dislipidemias estão envolvidos com a disfunção endotelial, que tem relação direta com estresse oxidativo, com fenômeno isquemia/reperfusão e a inflamação. Vou postar aqui referências que trazem o efeito do óleo de alho cru em modular estes processos de estresse oxidativo, disfunção endotelial, inflamação, etc, e portanto controle destas doenças. IMPORTANTE: observem queridos alunos e leitores, o ultimo trabalho (tem que ler o artigo para ver) que mostra que componentes como allyl methyl sulphide (AMS) and diallyl sulphide (DAS), que são lipossolúveis, e portanto estão no óleo de alho, é que exercem os efeitos preconizados pelo estudo.

Óleo de alho (garlic oil) cru, virgem, prensado a frio, encontrado do Brasil

Food Chem Toxicol. 2010 Jul;48(7):1980-5. Epub 2010 May 10. Garlic oil as a modulating agent for oxidative stress and neurotoxicity induced by sodium nitrite in male albino rats. Hassan HA, Hafez HS, Zeghebar FE.

J Biomed Biotechnol. 2010;2010:319059. Effects of garlic oil on the migration of neutrophil-like cell studied by using a chemotactic gradient Labchip. Shih PC, Kuo CH, Juang JY, Liu CH, Hsu L, Liu CT.

Ren Fail. 2010 Jan;32(3):362-7. The antioxidant role of oral administration of garlic oil on renal ischemia-reperfusion injury. Savas M et al.

Mol Nutr Food Res. 2010 Jun;54(6):781-7. Garlic components inhibit angiotensin II-induced cell-cycle progression and migration: Involvement of cell-cycle inhibitor p27(Kip1) and mitogen-activated protein kinase. Castro C, Lorenzo AG, González A, Cruzado M.

2 comentários:

ELAINE VITAL - PERSONAL DIET disse...

Olá prof, tb tivemos nesse fds aqui em SP essa aula com a Daniela Fojo.
Fiquei com uma dúvida, discutimos que a Alicina não é estável e logo que o alho macerado, este se transformam em outros derivados lipossóluveis de acordo com o processamento (DAS, DADS, DATS, dithiin, ajoene, etc). Um trabalho brasileiro de 2008 (Carvalhar CL. Interseção, Belo HOrizonte, v.1,n2, p42-49) avaliou a capacidade funcional das cápsulas de óleo e os resultados obtidos não mostraram alteração dos níveis de CL plasmático nos grupos controle e experimental, sugerindo que supostamente o pricípio ativo responsável NÃO estava presente na cápsula. Claro que se trata de apenas um estudo. Mas conversando com alguns colegas do CRF, é muito comum a adulteração na indústria farmacêutica de cápsulas peroladas (utilizam óleo de soja e acrescentam essência de óleo).
Costumo utilizar o fitoterápico em cápsula (utilizando o extrato seco).
Gostaria da sua opinião!

Obrigada.
Elaine Vital

Unknown disse...

Elaine, perfeito sobre a alicina e é isto que queremos para obter os efeitos, a transformação dela nos outros compostos lipo e hidrossolúveis, por isso é preciso macerar. O trabalho a que vc se refere tenho conhecimento e o objetivo não era redução de pressão mas redução de colesterol total (CT - acredito que o CL que vc escreveu seja isso). Para redução de colesterol o alho não é eficaz por ser fonte de ômega-6. Então não daria para utilizar o trabalho a que vc se refere como referência, além disso ele tem erros importantes, como por exemplo não informa quanto de alicina havia nas cápsulas (se não me engano apenas dizem que usaram 750mg de óleo). O uso do fitoterápico também é uma excelente opção e ter cuidado com a origem do óleo de alho. Vale também muito a questão prática, e uso como prescritor o óleo de alho há 14 anos, com excelentes resultados, não só na pressão, mas toda a síndrome metabólica, conforme os artigos que postei.
Excelente contribuição Elaine, obrigado.