quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ômega-3 pode piorar o sistema imune

Ratos alimentados com óleo de peixe tiveram sua resistência a infecção pelo virus Influenza prejudicada. Isto foi comprovado em estudo em que se utilizou óleo de peixe, rico em ácidos graxos poliinsaturados (n-3), os ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico, que possuem notadamente propriedades antiinflamatórias. Embora as propriedades antiinflamatórias do óleo de peixe possam ser benéficas durante uma doença inflamatória crônica (especialmente subclínica), as mesmas propriedades antiinflamatórias podem suprimir a resposta inflamatória necessária para combater uma infecção viral aguda (inflamação aguda). Acredito que estamos em uma fase de estimulo para o maior consumo (e até suplementação) de óleo de peixe rico em ácidos graxos n-3 exatamente por conta das várias doenças crônicas inflamatórias, porém com o aumento da ameaça de uma pandemia de influenza, é preciso cautela. Neste trabalho que cito foram utilizados 4 g de óleo de peixe. Embora os ratos alimentados com óleo de peixe tenham apresentado menos inflamação pulmonar comparados aos controles, a alimentação com óleo de peixe resultou também em uma taxa de mortalidade 40% maior, uma carga viral pulmonar 70% maior no sétimo dia após a infecção, e um período de recuperação mais longo. Embora a atividade das células NK (natural killer) do baço tenham sido suprimidas nos ratos alimentados com óleo de peixe, a atividade das células NK do pulmão não foram afetadas. Alem disso, o pulmão dos ratos infectados alimentados com óleo de peixe tiveram significantemente menos células T CD8+ e menor expressão do mRNA da proteína inflamatória de macrófago-1-α, fator de necrose tumoral-α, e interleucina 6. Estes resultados sugerem que as propriedades antiinflamatórias de uma alimentação com óleo de peixe pode alterar a resposta imunológica a infecção por influenza, resultando em maior morbidade e mortalidade. Nesta situações eu manteria a proporção w6:w3 próxima a 10:1.

Um comentário:

Luiz Felipe Albuquerque disse...

Muito bom este artigo, mas no caso dos seres humanos acredito que seja difícil acontecer um excesso de w-3 em relação ao w-6. Eu gostaria de saber por que quase nãos e fala mais no óleo de fígado de bacalhau? Ele não seria uma fonte mais interessante com tanta vitamina A e D. Será que são seguros os w-3 comerciais, mesmo eles sendo moléculas tão instáveis à oxidação?
grato...