sábado, 28 de fevereiro de 2009

LDL é bom demais


Sou contra a visão pessimista em relação ao LDL. Aliás, sou categórico em dizer que NÃO existe coleterol bom ou ruim. Vejamos: a LDL transporta essencialmente colesterol para o cérebro para formação da bainha de mielina, fundamental para a memória do adolescente que estuda para o vestibular e do adulto que estuda para o concurso. É a LDL que leva o colesterol para virar testosterona para o amadurecimento sexual do adolescente e da capacidade reprodutiva do adulto. É a LDL que leva colesterol para as membranas da epiderme para virar vitamina D, fundamental para o crescimento do adolescente e para evitar a hipertensão no adulto. E por ai vai.
Não deixe o seu colesterol se oxidar ou ser oxidado, isto sim funciona.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

LDL é bom para câncer de mama

Quem acompanha o blog e atende pacientes de meia idade, com certeza tem observado número acentuado de mulheres com câncer de mama. Dados do INCA do ano passado mostram que esta foi a forma mais prevalente de câncer nas mulheres. Tenho tentado ler trabalhos que forneçam alternativas para reduzir este problema de saúde pública. Um trabalho muito interessante feito em 2005 (Haiguo Sun et al) mostrou que uso de óleo de peixe foi capaz de modular a ação de uma proteoglicana chamada syndecan-1 (SDC-1) que age inibindo o crescimento de células tumorigênicas na mama e também induzindo estas células à apoptose (salientar que isto aconteceu em nível de transcrição gênica - RNAm). Outro fator bem interessante é que o estudo revelou que os ácidos EPA e DHA são encaminhados para as células da mama via LDL, e que é esta lipoproteína a principal responsável pelo estímulo da SDC-1. Isto nos faz novamente pensar no uso abusivo das estatinas, que promovem redução drástica das LDL (além da Coenzima Q10), e das mulheres que reduzem o consumo calórico e de gordura de forma muito rigorosa, levando à perda de peso excessivo, parada de menstruação, e níveis de LDL, que pelo menos eu já encontrei em pacientes, de 70mg/dl, 50mg/dl, e até um pouco menos (relato por alguns alunos meus de pós). Enfim, cada vez recomendo mais o consumo de peixes, vários da costa brasileira são ricos em EPA e DHA, e nos precursores fontes de alfa-linolênico, como a linhaça (essa o verdadeiro BB que deve ser valorizado - Boa e Barata). Aliás, em algumas mulheres já tive muito sucesso de sumir com nódulos mamários com ômega-3 + vitamina E, tomado com sucos de vitamina C.



Forte abraço a todas e a todos.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

HDL contra pesticidas


Hoje li dois trabalhos que falavam do efeito protetor da paraoxonase contra pesticidas. A paraoxonase, está presente no fígado e em altas concentrações no interior das HDL. As HDL são lipoproteínas bem pequenas e densas reconhecidas pelo seu papel protetor cardiovascular. Esta função é parcialmente exercida pela paraoxonase, que, dentre outras funções cardiovasculares, é capaz de interagir com os receptores das LDL dentro do endotélio, na formação do ateroma, e retirar o colesterol destas partículas, reduzindo a formação das células espumosas. O interessante destes artigos que li é o efeito da PON1 como agente detoxificante. Segundo os autores, a PON1 pode agir no fígado reduzindo a ação de pesticidas organofosfatados, caso do parathion. Conclusão, vamos favorecer o aumento de HDL, por exemplo, com atividade física, ácido oleico (abacate, canola, pistache, ovo, azeite de oliva, entre outros), luteína, zeaxantina e licopeno (vegetais amarelos, verdes e vermelhos).

Bom fim de semana de carnaval.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Biodisponibilidade de proteínas para quem malha


Conhecidas como parte nobre de uma refeição, as proteínas podem ser muito mal aproveitadas pelo nosso organismo se não observarmos vários fatores. Entre esses fatores está o fato de oferecermos proteínas intactas, peptídios ou aminoácidos livres para o intestino. Vários produtos fontes proteicas que encontramos no mercado, especialmente aqueles voltados para atletas, trazem em seu rótulos nomes que precisam ser compreendidos por quem prescreve: 1 - proteína concentrada, 2 - proteína iosolada, 3 - proteína hidrolizada e 4 - proteína micronizada. 1 - A PTN concentrada apenas saiu da sua fonte original e o alimento onde a mesma estava inserida foi "desidratada" ou liofilizada, portanto, aumenta o teor mas não garante maior biodisponibilidade. 2 - Na PTN isolada, inicialmente houve desidratação e depois todos os outros nutrientes são retirados (inclusive fibras), o que facilita o acesso das enzimas gástricas e entéricas, aumentando a biodisponibilidade. 3 - Na hidrolizada, a estrutura quaternária da proteína já deverá ter sido rompida, aumentando a digestibilidade e a liberação de aminoácidos, portanto a biodisponibilidade é maior. 4 - Tão biodisponível ou até um pouco mais quanto a hidrolizada, a PTN micronizada cria uma espécie de "talco de PTN", criando um pó muito fino, as vezes com capacidade de absorção pela mucosa nasal e oral. Logo seria a melhor a ser escolhida, mas que infelizmente também reflete no preço. Se no rótulo não aparecer nenhum destes nomes, desconfie; e se aparecer muitos deles juntos, desconfie também.

Forte abraço a todos.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aterosclerose

Assunto que gosto muito, encontrei este vídeo em português e resolvi postar. De forma simples, ajuda a aprender e pode ser baixado para possíveis palestras, aulas, etc.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Dieta anti-estresse

A síndrome de adaptação geral conforme postei dias atrás, caracteriza-se por alteração cerebral com repercussão glandular. Neste aspecto, o fenômeno do estresse oxidativo cerebral aparece de forma aguda e precisa ser confrontado pela dieta. A proteção da mitocôndrias é fundamental, cuja participação dos antioxidantes é primordial e com gordura de excelente qualidade (virgens ômega-9 e ômega-3 não oxidadas) para proteger as membranas. Componentes do interior da mitocondria também são muito importantes, portanto, a CoQ10, glutationa e o ácido lipóico devem ser priorizados. No campo glandular, regular a função das supra-renais e por consequência do cortisol deve ser o alvo; assim, fixamos atenção no beta-sitosterol, na L-carnitina, vitamina C e na fosfatidilserina. Se já houver presença de hiperglicemia, consumo de fibras recebe atenção especial, e os carboidratos de alto índice glicêmico devem desaparecer da dieta (logo açúcar branco refinado praticamente abolido). Aliás, afaste também os corantes e conservantes (aditivos de uma forma geral) agrotóxicos, gordura trans industrial, cafeína e carne vermelha, pois são degeneradores cerebrais e altamente inflamatórios. Se o indivíduo já se apresentar na fase de exaustão, geléia real é uma boa opção, bem como ginseng, agaricus e própolis.

Faltam 7 dias para o maior evento da Terra: niver de 1 ano de meus pequenos grandes filhos gêmeos (coruja, não!!?)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Introdução de novos alimentos

O resultado da última pesquisa mostra bem uma realidade entre os nutricionistas. A dificuldade de padronizar a introdução de novos alimentos para crianças em que o leite materno não é mais suficiente (6 meses) ou a mãe precisa trabalhar (4 meses). Realmente não é uma questão fácil e há muitas discordâncias. Vou colocar meu ponto de vista e o que se tem preconizado: Aos 6 ou aos 4 meses a introdução deve ser feita com o objetivo que no final do primeiro mês após a introdução, a criança tenha experimentado todos os grupos de alimentos. A sequencia proposta é: 1ª semana com hortaliças e óleo vegetal; 2ª semana, hortaliças + cereal + óleo; 3ª semana, idem + leguminosa; 4ª semana, idem + fruta. O surgimento da gema de ovo na 5ª semana e a fonte proteica animal deveria ser apenas no 8ª mês. Discordo em 3 pontos principais por uma questão prática: a introdução de frutas e cereal concomitante à introdução das hortaliças, pois a substituição de uma ou mais mamadas apenas com hortaliças e óleo, reduz muito o valor nutricional daquela refeição, e é muito comum observar as crianças com queda na curva de peso e crescimento. E a introdução da proteína animal é que deveria ser na 5ª semana, intercalando com a gema de ovo. Claro com o cuidado de oferecer apenas galinha ou carne de vaca orgânica, e o peixe deixando para o 8º mês por ser muito alergênico. Alías, a questão alérgica é fundamental, e ela precisa ser observada em todos os grupos de alimentos na hora da introdução. Quais são as hortaliças, frutas, cereais, leguminosas, carnes e até o óleo menos alergênico com menor quantidade de xenobióticos.

Obrigado a todos que votaram!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Eu tenho preconceito contra brancos!!!

E não tenho medo de afirmar e divulgar. Porque haveria de gostar se desde os tempos mais remotos eles estragam a humanidade. É só enumerar e comparar. Quem presta? O açúcar branco ou o mascavo? O pão branco ou o integral? Leite de vaca ou de amêndoas? Fora outros pozinhos indesejáveis, tipo excesso de sal (branco. Diga não ao refinamento e diga sim à mãe natureza. Coma o que ela criou e não o que a indústria te empurra goela abaixo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Você descobre?

Na foto que postei abaixo sobre "gordura trans faz bem" existe um pequeno deslize, vc saberia dizer qual é?

Escreva no item comentários.

Gordura trans faz bem!!


Esse título assusta, não? Mas é verdade e estou começando a acreditar cada vez mais nisso. O CLA é um ácido conjugado trans, já até falei sobre ele aqui no blog. O CLA é obtido na alimentação por meio da carne ou leite dos ruminantes (vaca, por exemplo) pois eles fazem o processo de biohidrogenação ou hidrogenação natural. A hidrogenação artifical também transforma gordura cis em trans mas tem se mostrado maléfica. Os estudos sobre o CLA tem se mostrado inconclusivos, mas quando fui fazer uma pqeuena revisão sobre o CLA, tendo a imaginar que este ácido graxo quando produzido naturalmente, possa trazer benefícios, que ainda não foram descobertos. O que os artigos mostram é que o CLA pode ser produzido também pelo ser humano a partir das nossas bactérias intestinais. Acho que vale muito a pena ler bastante sobre esta nova tendência da ciência da nutrição.

obs:clique aqui e veja uma metaanálise sobre o poder lipolítica (perda de gordura( do CLA.

Clique aqui e leia o resumo do artigo sobre produção endógena de CLA.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Estresse ou Síndrome de adaptação geral e Nutrição

A Síndrome de Adaptação Geral (SAG) constitui um conjunto de reações não específicas desencadeadas quando o organismo é exposto a um estímulo ameaçador à manutenção da homeostase, ou seja, do seu estado de equilíbrio. Essa manifestação é constituída de três fases, que são a fase de alarme, fase de resistÊncia ou adaptação e fase de exaustão. O mecanismo fisiológico principal envolvido se concentra na liberação de hormônios a partir do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Na primeira etapa dessa situação ocorre uma Reação de socorro, alarme, onde todas as respostas corporais entram em estado de prontidão geral ou seja, todo organismo é mobilizado sem envolvimento específico ou exclusivo de algum órgão em particular. É um estado de alerta geral, tal como se fosse um susto. Se esse Estresse continua por um período mais longo aparece a segunda fase, mais crônica, onde há um aumento no volume da supra-renal, hiperprodução de cortisol, hiperglicemia, concomitante a uma atrofia do baço e das estruturas linfáticas, assim como um aumento dos glóbulos brancos do sangue (leucocitose). Se o estresse continua, entra-se então no estágio de exaustão, onde o corpo funciona fora de sua reserva da energia e com alteração do sistema imune. As capacidades mentais, físicas e emocionais se esgotam. O corpo experimenta “a exaustão adrenal”. Os níveis de açúcar de sangue diminuem enquanto os adrenérgicos se tornam esgotados, conduzindo à tolerância diminuída do estresse, exaustão progressiva, doenças e colapsos mentais e físicos, como depressão, gripes, diabetes, câncer, doenças articulares, doenças autoimunes, especialmente tireoidianas e pancreáticas. Acho que é importante entender que a síndrome Geral de Adaptação viabiliza as atitudes adaptativas necessárias para a manutenção da vida diante de um mundo dinâmico e altamente estressor, ou seja, inicialmente ele é um mecanismo de defesa mas que cronificado,leva à doenças da modernidade.

Na próxima postagem, falo dos aspectos nutricionais.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Comparação entre fungos benéficos ao intestino

O Saccharomyces cerevisiae produz metabólitos que são: Bacteriocina, proteína de alto peso molecular com ação antibiótica; Killer factor, proteína com atividade bactericida contra as bactérias patógenas e Glucanos, polissacarídeos com propriedades imunoestimulantes, muito utilizado em tratamentos de diarréia. Já o Saccharomyces boulardii pode diminuir ou inibir a produção de toxinas criadas pelas bactérias patogênicas (giardia ou rotavirus, por exemplo); mas, além disso, também impede que estas toxinas se liguem às células do intestino, auxilia também no processo de defesa imunológica do intestino por causar aumento da produção de imunoglobulinas, mas seus 2 diferenciais são: na presença de células danificadas no intestino, o Saccharomyces boulardii auxilia na recuperação destas células, em especial, quando instalado um processo inflamatório, caso das RCU e Crohn; e sua capacidade de resistir ao ácido gástrico é 2x maior que a Saccharomyces cerevisiae.

Lembre-se que vc que é nutricionista pode prescrever vários probióticos juntos (manipulado ou não) mas pode prescrever qualquer um isoladamente.

Frase do dia: dita pelo meu professor de patologia ainda na graduação " No corpo temos 5 milhões de células mas 5 bilhões de microorganismos produzindo fezes, ou seja, somos um grande saco de m...."

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fungo faz bem e mal ao intestino

Hoje recebi um e-mail de uma colega com uma dúvida quanto a seu paciente com Ileíte (ou Crohn). Segundo ela, a paciente havia recebido recomendação de ingestão de levedo de cerveja, duas cápsulas ao dia, feita pelo médico. Ela então me questionou se a conduta era pensando nas vitaminas do complexo B para o intestino, e se poderia usar glutamina e lactobacilos, com medo que aumentasse o crescimento de fungos. No meu ponto de vista, 1º: o médico prescreveu levedo de cerveja por conta das leveduras, ou seja, dos fungos, neste caso, saccharomyces cerevisae, que coloniza o intestino de forma positiva, mas não é o ideal, que seria saccharomyces boulardi. 2º - Dar glutamina não estimula crescimento de fungos, pois a glutamina é utilizada pelos enterócitos e pouco pelos microorganismos. 3º - Se for para usar outro probiotico com o levedo, é melhor dar bifidobactérias, e não lactobacilus. Na fase adulta humana, a concentração de lactobacilus tende a não se alterar fortemente, mas as bifidobactérias decrescem substancialmente.

Microbiota adequada: lactobacilos, bifidobactérias, eubactérias, fungo e uma parte de enterobactérias

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Boas Vindas

Gostaria de nesse momento em que o blog chega ao número 1000 em visitas (alcançado em praticamente 2 meses), agradecer a todos que visitam, em especial aos seguidores. Costumo sempre olhar as pessoas que participam e seguem o blog e este é o intuito - trocar conhecimento com o maior número de pessoas para fazer a nutrição crescer. Obrigado a vocês, aos mais novos, sejam todos bem vindos e sempre que quiserem abordar um assunto específico, façam comentários.

Forte abraço a todos.