sexta-feira, 7 de agosto de 2009
No tempo dos ômegas!!
Quanto mais leio sobre os ácidos graxos ômega, mais vejo que eles não traduzem o significado próprio da palavra, ou seja, o fim, a ponta, o final. Quanto mais pesquisas aparecem, mais vemos que estamos mais para alfa (inicio, começando, descobrindo), do que para ômega. Veja o caso da cardiolipina. Cardiolipina é um fosfolipidio presente quase exclusivamente na membrana das mitocondrias de todas as células e responsável pela funcionalidade desta organela. Em especial, a cardiolipina exerce efeito de integridade do sistema da fosforilação oxidativa que acontece na cadeia transportadora de elétrons (CTE), responsável pela produção de energia de todas as células, portanto, da energia do corpo. Mais do que isso, quando uma célula tem seu DNA modificado, um dos mecanismos de proteção da célula para evitar que ela se transforme em um câncer é induzir esta célula à morte, papel que a cardiolipina exerce se ligando ao citocromo C, levando esta para fora da matriz mitocondrial, fazendo com esta célula possivelmente tumoral pare de se multiplicar (apoptose celular). Outro aspecto importante da cardiolipina, é que há trabalhos mostrando que a melatonina protege esta estrutura contra o estresse oxidativo encontrada nas mitocondrias, portanto, dormir bem, em tempo e profundidade, protege as nossas células. Importante dizer os hormônios tireoidianos também regulam a cardiolipina, portanto, envelhecer com saúde e disposição significa cuidar da hipófise e da tireóide. Mas até há alguns anos, alguns trabalhos mostravam que consumir mais ácidos graxos ômega-3, fontes de EPA e DHA, seria interessante para o funcionamento e estrutura da cardiolipina, evitando sua perda natural com o envelhecimento, melhorando a função de células e órgãos, como o coração. Trabalhos mais atuais já mostram o contrário, que a estrutura da cardiolipina é dependente de ácido linoleico, que é um ácido graxo essencial da série w-6. Veja como isto é relevante pois se não estivermos atualizados ou quisermos suplementar qualquer coisa, como w-3, sem uma quantidade significativa de trabalhos científicos que possam dar respaldo para estas prescrições, podemos induzir células boas, sadias, ricas em cardiolipina à apoptose. Portanto, continuo acreditando que uma dieta funcional é a melhor solução para todos e que encontrar uma proporção adequada destes ácidos graxos seja o grande desafio da ciência atualmente no campo dos lipídios.
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