quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Consumo de açúcares está acima do recomendado em todas classes de renda!!
Do total de calorias dos alimentos adquiridos para consumo nos lares brasileiros, 16,4% vêm dos chamados açúcares livres, ou seja, o açúcar adicionado aos alimentos durante seu processamento ou consumo. O percentual está acima do limite de 10% recomendado por nutricionistas; o excesso é fator de risco para doenças como obesidade, hipertrigliceridemia, disbiose intestinal e diabetes. Veja por exemplo o caso do danoninho líquido, lançado este ano com forte apelo para consumo de crianças em seus lanches, que é adicionado de sacarose e frutose.
O consumo de gordura saturada, a mais perigosa para a saúde cardiovascular (quando associada aos carboidratos refinados e gorduras trans), também se aproxima do máximo de 10% recomendado. Na média nacional, está em 8,3%, mas já chega a 10,6% entre os membros de famílias com renda superior a R$ 6.225,00 (maior renda não tem se mostrado exemplo de maior educação nutricional). Os dados são da pesquisa "Avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil", divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Como boa notícia, o estudo trouxe a informação de que o consumo de proteínas está adequado (entre 10% e 15% das calorias totais) em todas as faixas de renda e mais da metade delas são de origem animal, que têm maior valor biológico, porém trazem consigo maior quantidade de gorduras indesejáveis.
Em média, a disponibilidade de calorias por pessoa nos domicílios foi de 1.611 kcal por dia em 2009, ante 1.791 kcal por dia em 2003. A redução pode estar relacionada à maior frequência com que a população está comendo fora de casa, já que foram analisados apenas os alimentos adquiridos para consumo no domicílio. Mostra de forma muito evidente que não basta contar calorias para garantir perda de peso, pois o mesmo IBGE mostrou que nossa população está cada vez mais acima do peso. Ou seja, estamos na verdade cada vez mais sedentários, intoxicados e inflamados.
O estudo mostrou também que, em 2009, cada brasileiro adquiria em média 14,6 kg de arroz por ano para consumo no lar. O número é 40,5% menor do que os 24,5 kg de 2003. No caso do feijão, a quantidade passou de 12,4 kg para 9,1 kg no período, numa redução de 26,4%. Isto leva á menor poder de saciedade, portanto maior chance de obesidade, maior risco de obstipação intestinal, além de favorecer o consumo de alimentos industrializados e outros substitutos que levam muita farinha refinada, aditivos químicos e cremes gordurosos, especialmente nos pratos prontos congelados e nos restaurantes tipo self-service.
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